Planeta

Olá!

Já devem ter percebido que eu sou bem eclético, portanto hoje decidi fazer um planeta. Tipo Titan mesmo, criando um planeta no espaço. Tudo que se precisa é de um Photoshop, alguns brushes maneiros, muita imaginação e tempo livre.

Para começar vamos atrás do essencial: Brushes. Gostei muito do Deviantart.com, busquei eles lá. Mas você pode usar fotos da lua ou qualquer outra coisa que possa ser utilizado como um planeta. Outro dia estava vendo alguns tutoriais para o Adobe After Effects, e ví o cara criar um planeta usando um plug-in que transforma as coisas em esferas e uma imagem 2 por 1 que tinha as texturas de uma espécie de deserto. Use a imaginação.

É importante que esteja sem sombra, para que não fiquemos presos a coisas já existentes na imagem e possamos criar nosso próprio ambiente galáctico. A imagem que pretendo criar hoje é esta:




Primeiro Passo

Antes de tudo vamos criar as estrelas. Crie um novo arquivo no Photoshop. Como sempre, estou usando um arquivo 1280 x 800 pixels. Tecle “Shift+F5” para abrir a janela de Preenchimento (Fill) e preencha a tela com a cor preta. Depois vá em Filtros (Filters)> Ruído (Noise)> Adicionar Ruído(Add Noise).



Feito isso tecle “Ctrl+L” para ajustar os níveis da imagem, assim:




Já está bem melhor. Vamos redimensionar a imagem para que os pontos fiquem um pouco maiores e mais espaçados. Isso deve ser o suficiente:



Para que o nosso espaço sideral pareça um pouco menos virtual podemos usar alguns ajustes da ferramenta Pincel (Brush Tool) para criar as estrelas mais próximas e, portanto, maiores. Estou criando um planeta gelado, mas você pode fazer um no estilo “Crematória”, do filme A Batalha de Ridick, ou o próprio planeta Terra.

Para fazer as estrelas mais próximas use um raio pequeno e tremulação de tamanho, com um pouco de desfoque nas bordas:





Segundo Passo

O espaço longínquo, principalmente aonde a luz do sol não chega a ser suficientemente quente para aquecer este planeta gelado, possui nuvens de gelo e poeira, que dá um aspecto espectral muito diferente, não deixando que seja uma imagem estática.

Escolha um tom de azul para colocar no lugar do branco na paleta padrão, deixe o preto como está. Em seguida crie uma nuvem, indo em Filtros (Filters)> Acabamento (Render)> Nuvens (Clouds). Em seguida diminua a opacidade da camada para 9%. Repita o procedimento algumas vezes em camadas diferentes e apagando algumas partes para dar mais ênfase em outras, criando as nuvens de poeira.




Pode-se também mudar a tonalidade (com Matiz/Saturação (Ctrl+U)) e a opacidade das camadas para fazer coisas diferentes, mas como vamos brincar um pouco com brilho mais para frente é importante que não se mude o Modo de Meslcagem (Blending Mode). Para quesitos organizacionais você pode agrupar essas camadas como “Background”.



Terceiro Passo

Chegou a hora de começar a brincar de Deus e fazer um planeta. Carregue o pincel que você adquiriu e pinte em branco, em seguida tecle “Ctrl+R”. Aparecerão réguas no lado direito e na parte superior da imagem. Essa é uma ferramenta muito útil, principalmente quando se trabalha com objetos circulares. Tecle “V” para selecionar a ferramenta para mover, então arraste da régua para os pontos extremos do planeta que você acabou de pintar, criando essa cruz:




Agora selecione a ferramenta de seleção elíptica (M) e, partindo do ponto onde há o cruzamento entre as duas linhas e segurando “Shift”, crie a seleção em volta do planeta. O próximo passo é criar uma nova camada abaixo desta e pintá-la, dentro da seleção, com um tom de cinza que elimine a transparência e mantenha os detalhes.

Feito isso selecione a camada do planeta e digite “Ctrl+E” para mesclar para baixo. Use Matiz/Saturação (Hue/Saturation) para colori-lo. Escolhi um tom de azul, mas pode ser vermelho, laranja, verde ou cor-de-rosa.



Quarto Passo

Todos os planetas têm uma atmosfera, e esse não é diferente. Para fazê-la crie mais uma camada, abaixo de Benézio, que é como resolvi chamar o meu planeta. Com a tecla “Ctrl” pressionada clique na camada de Benézio, isso cria uma seleção no formato circular. Agora selecione a ferramenta pincel (brush tool) e na paleta de cores escolha um tom da cor que escolheu para pintar o planeta, só que mais clara e mais forte e, da mesma maneira que pintou a camada de cinza, que já não existe, pinte esta camada de azul e tecle “Ctrl+D” para eliminar a seleção.

Filtros (Filters)> Desfoque (Blur)> Desfoque Gaussiano (Gaussian Blur) é o próximo caminho que deve ser seguido. Um raio de 28 pixels deve bastar. Para terminar a atmosfera basta reduzir sua opacidade para cerca de 43%. Sua imagem deve estar parecida com isso:




Quinto Passo

Já estamos com o DOS de um planeta, mas me parece opaco, portanto vamos brincar com os Modos de Mesclagem (Blending Modes) e fazê-lo brilhar. Pode-se fazer quase tudo sem ter que fazer muito esforço, somente mudando o modo de meslcagem.

Primeiramente faça duas cópias da camada do Benézio e ponha ambas acima da mesma. A primeira, mais próxima da matriz, deve ter o modo de meslcagem modificado de “Normal (Normal)” para “Divisão (Screen)”. A segunda deve ser mudada de “Normal (Normal)” para “Sobrepor (Overlay)”. Assim já temos uma aparência mais viva e brilhante:




Sexto Passo

Ainda não acabamos o planeta, mas estamos próximos disto. Vamos fazer a sombra agora. A sombra normalmente consiste na ausência de luz de um dos lados do planeta, mas, não sei se notou, o meu planeta é banhado pela luz de dois sois. Portanto a minha sombra é diferente.

Com “Ctrl” selecionada clique na camada do Benézio, isso, como já se sabe, cria a seleção com o formato do planeta. Agora é só usar o pincel (brush tool) e a borracha (erase tool) com pontas, suavidades e opacidades diferentes para criar uma sombra que agrade.





Sétimo Passo

Como há um sol que está mais presente do lado direito da tela, resolvi atribuir a essa parte do planeta um brilho mais intenso. Para isso selecione na paleta de cores, no lugar do preto, uma cor clara, forte e no padrão da cor com a qual você pintou o planeta. O branco deve ficar como está. Em seguida, em uma nova camada, vá em “Filtros (Filters)> Acabamento (Render)> Nuvens (Clouds)”. Agora baixe um pouco a sua opacidade e, com a Borracha (Erase Tool), apague o que estiver em volta do planeta, não de uma forma perfeita, mas para que não preencha tanto o espaço. Agora abaixe sua opacidade para cerca de 65% e mude o seu modo de mesclagem para ”Subexposição de Cores (Color Dodge)”.

Duplique a camada que acabou de ser criada e apague ainda mais ainda em volta de Benézio, mas, a diferença, é que aqui você também apagará a parte mais escura, dentro, dando ainda mais ênfase nas partes brilhantes. Esta nova camada terá uma opacidade de uns 80%.

Mais uma vez, para quesitos organizacionais você pode agrupar estas camadas que formam o planeta em uma pasta. Isso também vai facilitar um pouco as coisas agora que faremos outras coisas atrás do Benézio.





Oitavo Passo

Entre o Background e Benézio eu criei um novo grupo, que vai conter uma massa de poeira e estrelas que irá ser quase como uma via láctea cruzando a imagem. Isso quebra um pouco a monotonia na imagem.

Sabe aquele processo para criar nuvens em que se escolhe a cor e tudo mais? Repita-o. Uma vez com a cor azulada, e outra com uma cor amarronzada. A camada azulada deve ter partes apagadas para traçar este fluxo de poeira e gelo. Em seguida mude o modo de mesclagem para “Subexposição de Cores (Color Dodge)” e abaixe a opacidade para algo em torno de 65%. Esta camada deve ir acima da marrom.

A camada marrom deve ter partes apagadas também, mas estas devem servir como um complemento para a camada azul. Depois ter sua opacidade baixada para cerca de 8% e mudar o modo de mesclagem para “Mistura Sólida (Hard Mix)”. Eu coloquei, entre as duas, algumas estrelas e um pouco de poeira branca a mais. Sem mudar as opacidades e o Modo de Mesclagem, as nuvens devem se parecer com isso:




Nono Passo

É claro que o espaço é um ambiente tridimensional no qual uma esfera, no caso nosso planeta, está inserida e, portanto, também há poeira na frente dela, e não somente atrás, como até agora.

Crie uma nova camada acima de todas as outras. Ela será mais uma camada de poeira criada do mesmo modo que as outras, com uma coloração azulada. Use o pincel (brush tool), com a cor branca selecionada e fluxo reduzido, para dar ênfase na via láctea que criamos, induzindo o efeito que será criado a seguir a focar mais essa área. Duplique a mesma e deixe a copia invisível por enquanto. Para terminá-la abaixe sua opacidade para 20% e mude o modo de mesclagem para “Subexposição de Cores (Color Dodge)”. A camada duplicada deve ter apagada a parte referente ao planeta e seu modo de mesclagem modificado para “Luz Indireta (Soft Light)”. Para terminar esta etapa basta juntar estas camadas em outro grupo.





Décimo Passo

Já deve estar se perguntando, onde está a lua? Pois lhe digo que agora chegou a hora dela. A lua quebra um pouco a simetria perfeita da esfera que é o planeta. Ela pode ser substituída por anéis ou um sol talvez. É possível, também, fazer mais de uma lua, depende da sua imaginação, ou falta dela.

Para fazer a lua crie uma nova camada abaixo do planeta e selecione um pincel que lhe agrade. Em seguida faça o mesmo procedimento de eliminação da transparência que foi executado em Benézio.

Na verdade, todo o processo de criação da lua é muito parecido com a criação do planeta: “Ctrl+Clique” para criar a seleção da lua, criar uma nova camada acima para fazer a sombra e duplicar a camada da lua para usar o Desfoque Gaussiano (Gaussian Blur) para fazer o brilho de reflexo da luz do sol. A camada da lua propriamente dita está em plenos 100% de opacidade, diferente do reflexo de luz que está com 38% e da sombra (90%).

A lua deve estar abaixo do grupo de camadas que compõem a via láctea, mas acima do primeiro conjunto de poeira espacial.




Abaixo eu coloquei um diagrama simplificada das camadas que compõem o meu arquivo final.




Observações Finais

Eu nunca gostei de imagens que acabam abruptamente nas bordas, por isso gosto de colocar essa espécie de enquadramento em degradê nas bordas. Quanto ao espaço sideral, quanto mais tempo você dispor para fazê-lo, mais perfeito ele ficará. Igualmente digo quanto aos detalhes do planeta e de sua lua.

E falando-se no planeta e na lua, é possível, a partir de uma seleção elíptica e nuvens, criá-los. Depois basta adicionar crateras ou continentes. O uso do filtro “Nuvens (Clouds)” como preenchimento é interessante, por exemplo, na criação de manchas solares, ou diferenças de densidade na massa dos anéis que circulam em volta de planetas. Como já disse, vai da sua imaginação.

Por hoje é só, até mais e espero que tenha gostado.

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